Libertino recordista? 3 curiosidades sobre Casanova pouco difundidas

‘Maior sedutor da história’ é tema do Carnaval de Veneza 2025

O Carnaval de Veneza, na Itália, um dos mais famosos do mundo, abriu suas festividades na última sexta-feira (14) com o tema “Nos tempos de Casanova”, para celebrar os 300 anos do nascimento de uma das figuras mais lendárias da cidade, o escritor e aventureiro Giacomo Casanova (1725-1798).

A festa, que segue até 4 de março com diversas atrações, também traz curiosidades sobre a vida e obra de Casanova, tido como o maior sedutor da história. Além disso, se você já assistiu algum filme inspirado em sua vida, saiba que a cena em que ele aparece correndo pelos telhados de Veneza é, sim, baseada em fatos reais (ainda que tenha sido romantizada no cinema).

Conheça alguns pontos de sua trajetória Pittoresca pouco difundidos:

1- Libertino recordista?

Ninguém duvida que Casanova teve uma vida incomum para os padrões do século 18 ao acumular alguns excessos em diversas áreas. No entanto, boa parte de sua fama de sedutor pode ter mais a ver com a intensidade de seus relacionamentos do que com a quantidade de amantes.

Ainda que em sua autobiografia, o homenageado do Carnaval de Veneza 2025 se gabe de ter tido mais de 120 romances, é consensual entre os atuais historiadores que ele tenha exagerado no número. Hoje os estudiosos de sua vida afirmam que Casanova era um homem que se apaixonou por muitas das mulheres com quem se relacionou.

Dentre seus casos mais famosos – que ajudaram a lhe dar a fama de libertino – estão mulheres casadas, uma cantora que fingia ser um homem castrado para ganhar a vida em óperas, assim como uma jovem fugida de casa a quem deu abrigo na residência de um cardeal.

2- Fuga pelo telhado

A falta de discrição em seus casos amorosos fizeram Casanova a criar diversos inimigos na então conservadora República de Veneza. Após diversas denúncias, ele foi preso em 1755, aos 30 anos, por libertinagem, ainda que a prisão não tenha durado muito.

Encarcerado nas masmorras do Palazzo Ducale, cujas celas eram chamadas de “piombo” (chumbo) devido ao material que era feito o teto da prisão, Casanova, junto com outro detento, escapou do local por um buraco no ‘piombo’, subiu ao telhado e desceu para dentro do palácio, onde fingiu ser um hóspede que havia se perdido, recebendo ajuda de um criado que o acompanhou para fora: ele e seu companheiro embarcaram em uma gôndola e desapareceram no meio da noite.

3- Difusão do tabarro veneziano

A fuga da prisão fez de Casanova um fugitivo pela Europa. Sua passagem pelas principais cidades da época, onde se infiltrou na corte política e intelectual – chegou a conhecer o compositor austríaco Mozart, o filósofo francês Voltaire, o papa Clemente XIII e a imperatriz da Rússia Catarina, A Grande, dentre outros – ajudaram o aventureiro a difundir uma típica vestimenta de sua terra natal: o tabarro. A capa preta tornou-se um dos marcos da moda do século 18.

Imagem: Comune di Venezia

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