MADE IN ITALY – ProWine SP: Aumentam importações de vinhos italianos para o Brasil

Expansão de 4,4% é acompanhada por um aumento de 14,3% no custo médio dos vinhos adquiridos pelos brasileiros na Itália, de USD 3,43/litro para USD 3,92/litro

Onze produtores italianos de vinho, reunidos pela ITA – Italian Trade Agency, estarão presentes na ProWine São Paulo, uma das principais feiras profissionais na América Latina dedicada ao setor vitivinícola, na agenda entre 03 e 05 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP).

O debute da Itália na feira paulista encerra um amplo programa de iniciativas realizadas pela agência de promoções italiana em 2023, voltadas para o trade e realizadas com o objetivo de aumentar a presença italiana no mercado brasileiro, ampliando o consumo de rótulos italianos já comercializados no Brasil, bem como estimulando a entrada de novos produtores, de um universo que conta com mais de 255 mil empresas presentes em todas as 20 regiões do país europeu, com especial destaque para a Puglia, que reúne o maior número (36 mil), seguida pela Sicília (30 mil) e pelo Vêneto (27 mil).

As ações realizadas até o momento colaboraram para o aumento das importações de vinhos italianos realizadas pelo Brasil nos primeiros 8 meses do ano, passando de USD 23,5 milhões para USD 24,6 milhões, o que representa um incremento de 4,4%.

A expansão é acompanhada por um aumento de 14,3% no custo médio dos vinhos adquiridos pelos brasileiros na Itália, de USD 3,43/litro para USD 3,92/litro, confirmando seu gradual amadurecimento e maior interesse por produtos de maior valor agregado.

Segundo Ferdinando Fiore, diretor do escritório brasileiro da ITA-Italian Trade Agency, o Brasil é o quarto maior mercado dos italianos nas Américas, depois de Estados Unidos, Canadá e México. Em 2022, adquiriu 10,2 milhões de litros, de um total de quase 1,8 bilhões de litros exportados pelos italianos em todo o mundo.

Para os brasileiros, a Itália é o quarto maior fornecedor, com uma quota de 7%, atrás de Chile, Argentina e Portugal. “Em valores, são quase 37 milhões de dólares adquiridos pelos brasileiros, ou cerca de 8% do total importado”.

A Itália desembarca pela primeira vez na ProWine São Paulo, com um portfólio que inclui clássicos da viticultura italiana muito queridos entre os brasileiros, como o Chianti, o Brunello di Montalcino, o Amarone, o Barolo, o Primitivo di Manduria, o Montepulciano d’Abruzzo e o Nero d’Avola, e variedades ainda pouco notadas no Brasil, como o Est! Est! Est! Di Montefiascone, do Lazio, e o Vernaccia di San Gimignano, da Toscana, vinhos que figuram entre as primeiras denominações de origem controlada italianas, ou o Vermentino di Gallura Superiore DOCG, branco sardo de baixa acidez, alta complexidade, corpo e persistência aromática médios, ideal para acompanhar peixes, queijos e carnes brancas, e o Greco di Tufo DOCG, branco campano de aroma intenso e elegante, com acidez e mineralidade equilibrados e notas de especiarias.

Os visitantes do Pavilhão Italiano na ProWine São Paulo 2023 terão a possibilidade de fazer uma inusitada viagem entre uma ampla diversidade de aromas, sabores e terroirs, de modo a conhecer um pouco mais a milenar tradição vitivinícola italiana, representada pelos produtores: Antica Cantina Leonardi (Lazio), Bartali (Toscana), Cantina Sociale Colli Fiorentini (Toscana), Cantine Il IV Miglio (Campania), Cantine La Marca (Campania), Crea Vini (Abruzzo), Fattoria Pagano (Campania), Gruppo I Vinai (vinhos de toda a Itália), Scuderia Italia (Piemonte/Vêneto/Toscana), Silvio Carta (Sardenha) e Tenuta Patruno Perniola (Puglia).

Ferdinando Fiore também salienta que a participação na ProWine São Paulo é estratégica, particularmente para as vinícolas novas no Brasil, pois favorece o contato com pequenos e grandes importadores, facilitando seu acesso ao mercado.

Principal produtor mundial de vinho

A Itália é o principal produtor mundial de vinho: segundo dados da OIV – International Organization of Vine and Wine, com uma superfície cultivada de 718 mil hectares e um patrimônio catalogado de 635 variedades de uvas (o dobro dos franceses), a produção italiana de vinho em 2022 foi de 50,3 milhões de hectolitros, valor equivalente a aproximadamente 24% do total mundial e cerca de 6 milhões de hectolitros acima da produção da França, segunda colocada, e 17 milhões de hectolitros além do registrado na Espanha, terceira no ranking. No confronto com Portugal, seu principal concorrente no mercado brasileiro entre os países europeus, a produção italiana é quase 8 vezes superior.

Qualidade para os italianos, aliás, é um predicado garantido na origem: segundo a Confederação Nacional CONDIRETTI, 70% da produção italiana é de vinhos DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida), DOC (Denominação de Origem Controlada) e IGT (Indicação Geográfica Tutelada), com 76 vinhos DOCG, 332 DOC e 118 IGT, perfazendo 526 variedades de um total reconhecido de 1.632 em todo o mundo.

Os vinhos brancos representam 58% do total e os tintos, alguns dos quais muito apreciados no Brasil e no mundo, são 42%. Um verdadeiro patrimônio cultural, histórico e econômico, cujos primeiros registros na Itália surgem na Sicília, há 6.100 anos, e que atualmente emprega mais de 1,3 milhões de pessoas, dos vinhedos às atividades nas vinícolas.

ITA (Italian Trade Agency) é a agência do governo italiano com a missão de promover o intercâmbio comercial e tecnológico entre a Itália e os demais países, sobretudo no que tange às empresas de pequeno e médio porte, trabalho que realiza ininterruptamente há quase um século. O escritório ITA Brasil tem sede em São Paulo.

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